domingo, 10 de fevereiro de 2019

Crianças curiosas vão melhor na escola, diz estudo.

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"Por que a grama é verde? Onde o sol cai quando se põe?"

Não há limites para as perguntas das crianças e não deveria haver. Segundo um estudo da Universidade de Michigan, a curiosidade pode ser determinante no aprendizado.
Em testes de leitura e matemática, as crianças mais inquisitivas apresentaram melhor desempenho, e mesmo quando pertenciam a classes mais baixas, se equiparavam aos colegas mais abastados.
Para chegar a essa conclusão, foram avaliadas 6 mil crianças dos 9 meses aos 2 anos, e depois aos 5, já em idade escolar. Embora a maior curiosidade esteja sempre atrelada ao maior desempenho acadêmico, essa relação é ainda mais expressiva em crianças com baixo nível socioeconômico. “Promover a curiosidade pode ser uma maneira de combater a reconhecida lacuna de desempenho dessas crianças mais pobres”, destaca Prachi Shah, autor do estudo.
Edimara Lima, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), defende que o aprendizado da criança está diretamente relacionado a sua capacidade de fazer perguntas. “É muito comum um aluno dizer que não entendeu nada. Agora, quando o aluno sabe dizer qual é sua dúvida, fica mais fácil atendê-lo. A criança 'perguntadeira', tende a ser mais culta, a buscar mais conhecimento”, explica.
Segundo a especialista, o processo de aprendizagem consiste em uma transgressão daquilo que está estabilizado. Como a criança curiosa está sempre questionando, não aceita passivamente uma narrativa, fato ou novidade. “Às vezes você lê a mesma história para duas crianças e, enquanto uma aceita tudo que está sendo contado, a outra quer saber onde fica essa floresta, por que a mãe da Maria não foi pedir ajuda no farol… Quando ela está ouvindo, está pensando e se expressando”, conta.
Partindo do princípio que a criança pequena já é naturalmente curiosa, o ambiente seria responsável por manter, incentivar ou matar essa curiosidade. “Por isso, os pais precisam valorizar e estar atento às perguntas dos filhos. Uma resposta ríspida, impaciente, que não satisfaça a curiosidade ou desqualifique uma dúvida, vai matando essa curiosidade”, afirma. “Não é que o adulto precise saber todas as respostas ou estar disponível o tempo todo. Um ‘não sei’ acompanhado de uma pesquisa, muitas vezes conjunta, ou um ‘agora estou ocupado’ e depois retomar a pergunta de fato, já basta”, diz a especialista. 

Fonte - Revista CRESCER

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Mordidas na escola

Nada mais corriqueiro no cotidiano das creches do que uma criança tascar uma mordida em outra. "Essas ocorrências são naturais na Educação Infantil. O que não exime a escola de fazer de tudo para que não se repitam", defende Ana Paula Yazbek, coordenadora do Espaço da Vila, em São Paulo, e formadora de professores. 

Ainda que desprovida de má intenção, a mordida é uma agressão, provoca dor e deixa marca. Por isso, precisa ser combatida. O primeiro passo é identificar as situações em que acontece. "Ela pode significar muitas coisas: demonstração de carinho - por vezes, aprendida em casa, com os pais - ou de interesse pelo colega, disputa por brinquedo, irritabilidade, tédio e até um meio de chamar a atenção", lista Ana Paula. "Não podemos esquecer que nessa faixa etária os pequenos estão desbravando o mundo por meio da via oral", acrescenta Cisele Ortiz, coordenadora de projetos do Instituto Avisa Lá. 

Cientes desses diferentes aspectos, as educadoras do CEIM Cristo Rei, em Chapecó, a 545 quilômetros de Florianópolis, inseriram o tema no projeto político-pedagógico (PPP) e no planejamento dos 21 docentes do berçário e 20 do maternal. 

"O ponto de partida foi conversar com as famílias para explicar o porquê das mordidas, mostrar a normalidade delas no desenvolvimento infantil e assegurar que seriam feitas intervenções pedagógicas para evitá-las", conta a coordenadora pedagógica Juliana Sive Pommerening. Pais e responsáveis foram chamados a uma palestra na escola, organizada com base no textoMordidas: Agressividade ou Aprendizagem?, do livro Os Fazeres na Educação Infantil (Maria Clotilde Rossetti- Ferreira, Telma Vitória, Ana Maria Mello, Adriano Gosuen e Ana Cecília Chaguri, 208 págs., Ed. Cortez, tel. 11/3611-9616, 52,20 reais). 

As educadoras esclareceram que praticamente todas as crianças, entre 1 e 3 anos, em algum momento, usaram ou usarão tal conduta. Disseram também que esse recurso praticamente desaparece quando a linguagem está mais desenvolvida e enfatizaram que ficariam atentas. "Quando a mordida ocorre, é comum as famílias acharem que o filho não está sendo devidamente cuidado. Daí a importância do engajamento e da transparência por parte da instituição", diz Ana Paula. 

Além da parceria com os pais, o CEIM incluiu o tema na rotina e passou a ter um trabalho minucioso tanto para tentar evitar as mordidas quanto para fazer as intervenções necessárias quando ela acontece. A atenção com relação ao problema permeou as diversas atividades realizadas, desde os momentos de leitura até as brincadeiras. Como explica Ana Paula, as ações nesse sentido devem ser parte do dia a dia escolar.


"No início do ano letivo, ocorreram vários casos motivados por disputa de brinquedos e questões afetivas", exemplifica Tatiana Bonato, que leciona para duas turmas de berçário. Sempre que episódios assim ocorriam, a educadora acalmava a vítima e, na sequência, conversava com quem tinha mordido. Em geral, o agredido não entende o porquê daquilo. E o autor do gesto não o vê necessariamente como uma violência. "Orientamos as professoras a confortar a criança ferida e mostrar ao colega o que ele fez. É importante que ele perceba a consequência da ação, mesmo sem ter tido intenção de machucar", diz a coordenadora. Olhar para os meninos e meninas e dizer frases como "Não pode. Dói", sem gritar, é uma boa opção. Com isso, espera-se que eles vão compreendendo que morder não pode ser a melhor forma de se comunicar. 

Vale, também, mapear o primeiro evento, fazendo uma análise detalhada. Como a mordida se deu? A dupla estava brincando? Havia mais gente junto? Um deles estava ansioso para pegar o brinquedo? Ou animado, gargalhando? Havia indícios de irritabilidade? Assim, a educadora vai levantando pistas que auxiliam na compreensão do caso e ajudam a rever a organização das atividades em sala. Como diz o texto Mordidas: Agressividade ou Aprendizagem?, "para acabar com o problema, é preciso pensar sobre a rotina, o espaço, a quantidade e a variedade de brinquedos. Estar atento aos detalhes. Muitas vezes, são eles os fatores desencadeadores de mordidas".

Fonte: Revista Nova Escola

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Por que meu filho quer o brinquedo do amigo?



Seu filho começa a frequentar a escola, faz as primeiras amizades e logo vem o pedido: “mãe, eu quero um brinquedo igual ao do meu amigo”. Acontece que nem sempre dá para ceder aos desejos do pequeno. Entenda as origens deste comportamento e saiba contorná-lo sem contrair dívidas nas lojas de brinquedos...



Por que meu filho quer o brinquedo do amigo?
Existem alguns motivos e um deles é a questão da imitação. “A criança tende a reproduzir o comportamento de pessoas que admira, por isso quer se parecer com elas e ter os objetos que possuem. É algo "natural”, explica a pedagoga Valéria Cantelli _vice-líder do Grupo de Estudos em Educação Econômica da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
 
A vontade de se sentir parte de um grupo é outra motivação frequente. “Uma boneca da moda, por exemplo, não é apenas um brinquedo, tem todo um significado de pertencimento por trás. A criança percebe que, dependendo do círculo social em que se relaciona, ter determinado produto significa fazer parte do grupo”, justifica a pedagoga Monica Fantin _professora do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina.
 
Para a socióloga Anete Abramowicz _professora do curso de pedagogia da Universidade Federal de São Carlos_ este desejo de ser aceito por meio de produtos iguais ocorre porque a sociedade é construída com base em modelos hegemônicos, como o fato de toda menina ter uma boneca de determinada marca. “É muito difícil para uma criança, sendo tão nova, conseguir afirmar sua singularidade”, conta.
 
No início da infância, a criança é iniciada em diversas áreas da vida. Há o campo da família, do saber, das relações de poder e também o do consumo. “A criança é introduzida no mundo do consumo de uma maneira muito perversa e tem dificuldade de resistir a ele”, conta Abramowicz. Para a psicóloga Laís Fontenelle _do Instituto Alana, em São Paulo_ a publicidade é uma das maiores responsáveis por essa imposição. “A criança é mais vulnerável aos anúncios, pois não tem capacidade crítica e de pensamento formadas, até os 8 anos a maioria ainda confunde a fantasia com a realidade”, esclarece Fontenelle.

Melhor prevenir
Os pais podem minimizar o desejo de consumo dos filhos com algumas atitudes. Para começar, é importante que eles cumpram um clássico: dar o exemplo! Não adianta reclamar que seu filho pediu um brinquedo igual ao do colega se você está endividado porque comprou um carro idêntico ao do vizinho. “Esse negocio de limitar aos filhos o que não limitam a si próprios é besteira, as crianças aprendem com aquilo que fazemos”, avisa Abramowicz.
 
Outra sugestão é reservar um tempo para que a criança pratique outras atividades além de assistir televisão. Assim, ela não se expõe tanto à publicidade. “É preciso que os pais tenham uma rotina para os filhos, com horários e oportunidades para que eles se desliguem dos programas de TV e façam outras coisas”, aconselha Cantelli. Conversar sobre aquilo que está sendo transmitido nos canais também é uma boa alternativa.
 
Critério na hora de escolher a escola também poupa a todos de problemas futuros. “Um colégio que aceita o desfile de vaidades, ou seja, as crianças circulando com os mais variados brinquedos ou que não está de acordo com os valores da família pode não ser uma boa opção”, diz Cantelli.
 
Um pensamento frequente entre os pais não ajuda em nada a conter o desejo de consumo das crianças. Trata-se da intenção de dar ao filho tudo o que não tiveram na infância. “Nessa ânsia de oferecer o melhor, estamos atrapalhando o desenvolvimento da criança. Os pais não consideram que o aprendizado dos limites deve acontecer na infância”, alerta Cantelli. Assim, a criança precisa saber diferenciar desejos de necessidades, esperar e  lidar com os “nãos”. “Essas são preciosas lições para a formação de valores, se desejamos que nossos filhos tenham uma relação equilibrada com o consumo”, conta Cantelli.     

Compro ou não?
Diante da carinha de pidão do pequeno, os pais devem tentar compreender o que há por trás da vontade. “Preste atenção no que aquela atitude quer dizer. Será que a criança quer compensar uma ausência? Ou se sentir incluída?”, questiona Fantin. 
Pergunte a seu filho sobre os brinquedos que ele já tem que são parecidos com o que deseja, como iria empregar o objeto em suas brincadeiras, entre outros pontos. Assim, é possível até fazer com que a criança mude de opinião ou perceba que, de fato, aquele brinquedo é muito importante para ela.
“Se for mesmo tão significativo, os pais podem comprar o produto, porém, é importante valorizar a compra para que não haja uma banalização do presente”, explica Fantin. Uma das maneiras de tornar a compra especial é prometendo-a para uma data específica, que pode ser o dia das crianças, o aniversário, o natal... “Ensine o pequeno a esperar, a cultivar as tradições e a acompanhar, no calendário, quantos dias faltam para a celebração”, aconselha Cantelli. 
 
Outra maneira interessante de lidar com a vontade do filho de ter o brinquedo do amiguinho é propor trocas, que podem ser promovidas pelas escolas. “Já os pais, podem convidar o colega do filho para visitá-lo e pensar nos brinquedos que ele tem e que poderiam complementar a brincadeira dos dois”, sugere Cantelli.
 
Uma boa alternativa é instituir  mesadas, ou melhor, semanadas para as crianças. “A estratégia representa a administração do dinheiro e pode começar a ser feita entre os 4 ou 5 anos”, explica Cantelli. Os pais devem oferecer quantias pequenas e combinar com os filhos que, uma vez por semana, eles irão receber o dinheiro. “Os menores de 11 anos tem dificuldade em lidar com o tempo e com uma quantia maior”, diz Cantelli. Mas, é fundamental que os pais dêem orientações em relação ao dinheiro, para que os filhos saibam o quanto terão que poupar para ter determinado produto.
 
Passando pelas lojas de brinquedo
A família deve estipular regras em relação ao consumo explicá-las aos filhos. Vale reforçar as condições e fazer acordos, antes de uma ida ao shopping, por exemplo. “Deixe claro o que ocorrerá naquele passeio. Por exemplo, explique que vocês estão a caminho do shopping, mas que vão comprar apenas um lanche e ir ao cinema”, conta Fantin. É essencial não ceder ao que foi combinado.
 
Ao deixar as regras claras, é importante saber aplicá-las e dizer “não” quando necessário. “Nesse caso, esclareça por exemplo que, apesar de o amigo ter determinado objeto, você não irá comprá-lo. Se for algo fora do alcance financeiro da família, deixe claro que existe essa diferença social, mas que a criança também deve ser valorizada por aquilo que tem e pode fazer”, conta Fantin.    
 
Mesmo com muita conversa, os pais precisam se preparar para possíveis birras, carinhas de tristeza, choramingos, chantagens, entre outros. “O comportamento de insistência mostra a capacidade de persuasão de seu filho e é comumente usado para alargar limites e conferir  nossa consistência e coerência”, diz Cantelli.

Compras da família
Segundo uma pesquisa realizada com famílias que têm filhos de até 10 anos, pelo canal Discovery Kids, 91% dos pais levam os filhos junto quando vão fazer compras. Assim, a influência das crianças na aquisição de produtos é muito forte.  57% delas opinam nas seleção de biscoitos e guloseimas, 47% na compra de produtos de higiene pessoal, 42% na escolha de sucos e 11% influenciam na aquisição do carro.
 
Quando se trata de decisões que envolvem toda a família, a opinião da criança sobre o assunto pode ser ouvida, desde que a decisão seja de interesse dela. Mas, a palavra final é dos pais. “Uma vez decidido, é fundamental explicar porque a opinião do baixinho foi ou não acatada”, acrescenta Fantin.

Retirado: Bebe.com.br

sexta-feira, 28 de março de 2014

Os meninos são mais apegados à mãe?



Os pais de menino, cedo ou tarde, podem acabar com ciúme da cumplicidade entre mãe e filho...
  
Mas o que está por trás disso?
“A princípio, todo bebê, independentemente do sexo, se identifica com a figura materna, que é seu primeiro objeto de amor”, afirma a psicóloga Ana Cássia Maturano.
À medida que cresce, porém, outras pessoas se tornam importantes na vida dele. 

Enquanto o menino se identifica com o pai, a menina se espelha na mãe – o que faz parte da construção da identidade masculina e feminina, respectivamente...

Entre o terceiro e o quinto ano de vida, com o desenvolvimento da sexualidade, surgiria também uma atração pelo genitor do sexo oposto e, ao mesmo tempo, uma disputa com o do mesmo sexo. Essa teoria, que foi descrita por Freud no século passado, é conhecida por Complexo de Édipo – uma alusão à história da mitologia grega em que o filho se apaixona pela mãe.

“Essa preferência, obviamente, não tem conotação sexual”, diz a psicóloga.
Trata-se apenas da necessidade de atenção da criança de todos que a cercam...

Os pais devem intervir, no entanto, explicando à criança que o casal tem outro tipo de relacionamento – e isso não significa que ela seja menos amada...

E no caso de arranjos familiares onde um dos pais não está presente?
É possível que a identificação ocorra com outras figuras paternas e maternas, até mesmo fora do ambiente familiar.

O problema é que, em alguns casos, tanto o pai quanto a mãe reforçam o sentimento inconscientemente, em vez de combatê-lo de maneira positiva...
... assim, a menina vira a filhinha do papai e o menino, o filhinho da mamãe. “Além de motivar rivalidade e/ou competição ou entre a filha e a mãe ou o filho e o pai para o resto da vida, tal comportamento pode interferir no amadurecimento da criança e, por consequência, nos futuros relacionamentos dela”, alerta Ana Cássia. O menino, por exemplo, buscaria a figura da mãe na esposa.
 
Mas é claro que, teorias à parte, a ligação mais forte com um dos pais pode se perpetuar sem qualquer motivação psicológica, indicando apenas uma questão de afinidade!

Texto retirado da Revista CRESCER.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Você está criando o seu filho como um "rei"? Cuidado!

Uma criança levanta a mão para os pais, grita sem parar e se joga no chão. Provavelmente você já vivenciou ou se deparou com uma cena dessas, já que uma birra aqui, outra ali é normal e inerente ao desenvolvimento das crianças. Quando os chiliques ficam cada vez mais frequentes e já não têm lugar certo para acontecer (escola, casa, restaurante, casa das avós) podem significar um problema comportamental sério chamado Transtorno Desafiador Opositivo.
A criança que sofre dessa condição apresenta, além dos ataques, perda rápida de paciência, dificuldade de seguir regras e de relacionamento e reações agressivas e violentas. Ou seja, todo um contexto que pode prejudicar a qualidade de vida da família.

É justamente sobre esse assunto que o psiquiatra e psicoeducador especialista em transtornos comportamentais, Gustavo Teixeira, decidiu se debruçar para escrever o livro O Reizinho da Casa - Manual para Pais de Crianças Opositivas, Desafiadoras e Desobedientes (R$ 22, Ed. BestSeller), nas livrarias a partir de fevereiro. O título faz alusão à criança que tem todos os seus desejos atendidos por causa da capacidade de intimidar os pais e educadores com seu comportamento agressivo. O especialista traça um perfil do transtorno, levanta os sintomas e propõe maneiras de tratamento que podem ser feitas em casa.
Em entrevista exclusiva à CRESCER, Teixeira fala mais sobre o Transtorno Desafiador Opositivo. Confira...

CRESCER: Quais são os traços de comportamento que fazem da criança “O Reizinho da Casa”?
GUSTAVO TEIXEIRA:
Bem, quando falo em Reizinho da Casa estou me referindo às crianças com comportamento opositivo, desafiador, desobediente e que manipulam pais e familiares. O Transtorno Desafiador Opositivo é uma condição comportamental grave, pois pode diminuir significativamente a qualidade de vida da família. No Brasil, ainda não há estatísticas sobre a incidência deste problema, mas estudos científicos internacionais apontam que a condição pode afetar mais de 10% da população infantil.

C.: A família tem influência para que esses desvios de comportamento aconteçam?
G.T.:
A ciência já sabe que os problemas de comportamento estão relacionados a causas genéticas e ambientais. Isso quer dizer que há uma pré-disposição da criança a ter problemas como o TDO. Por exemplo, se ela é muito impulsiva ou agressiva, tem mais chances de ter o diagnóstico. Embora os cientistas nunca tenham encontrado um fator biológico responsável pelos problemas de comportamento, pesquisas observacionais mostram que pode acontecer de uma família com três filhos que tiveram exatamente a mesma educação notar o problema em apenas um deles.
Mas o ambiente em que a criança vive tem papel fundamental no desenvolvimento do transtorno. Se a família é muito permissiva e não estabelece regras claras, limites, normas e ensinamentos éticos ou ela cresce sofrendo violência ou agressão dos pais, isso tudo aumenta o risco do problema. Outro desencadeador é quando há falta de diálogo entre filhos e pais e entre mãe e pai. Quando os envolvidos “não falam a mesma língua”, fica difícil lidar com os problemas que aparecem.

C.: No livro, você diz que o Transtorno Desafiador Opositivo é comum nos consultórios médicos. Como é possível ter um diagnóstico preciso, já que os sintomas se confundem com outros problemas de comportamento, como os ataques de birra?
G.T.:
Para diferenciar um problema de comportamento normal de um desvio como o TDO, geralmente o especialista presta atenção em dois parâmetros principais: o funcionamento acadêmico e o social da criança. O acadêmico significa perceber se ela está indo bem na escola, se há reclamação dos professores, se ela consegue acompanhar a turma nos estudos. Quanto ao social, observa-se se a criança entra em atrito constante com os pais e irmãos, se ela não muda de opinião de jeito nenhum, se consegue se relacionar com as outras crianças. Uma ou outra característica dessas é comum. O problema é quando os sintomas são tão graves a ponto de produzir sofrimento e dor para a criança e seus familiares. Nesses casos, é recomendável o acompanhamento de um especialista e, às vezes, até medicamentos para controlar os sintomas.

C.: Há uma idade mais propícia ao aparecimento deste transtorno?
G.T.:
Como os demais desvios comportamentais, depende mais do tipo de contexto no qual a criança está inserida do que de uma idade propriamente dita. No entanto, a gente observa mais casos do Transtorno Desafiador Opositivo em crianças entre 6 e 8 anos de idade, que é quando as relações sociais começam a ficar mais bem definidas.

C.: O que é mais recomendável que a família faça diante de um chilique da criança? Existe alguma maneira rápida e eficiente de lidar com a situação?
G.T.:
A ideia central do meu livro, O Reizinho da Casa, é justamente oferecer técnicas de intervenção para pais de crianças opositivas, desafiadoras e desobedientes. No calor do momento, os pais precisam mandar uma mensagem clara para o filho de que aquele comportamento não é correto e não será tolerado. O ideal é aprender a lidar com a situação e evitar que o chilique apareça. Defendo que técnicas de reforço positivo e punição branda devem ser aprendidas por todos os pais e usadas quando necessário. Claro que um médico especialista em comportamento infantil deve ser acionado em alguns casos.

C.: E quando o TDO se manifesta na escola, como os professores podem identificar e lidar com o problema?
C.T.:
Alguns dos sintomas mais observados na escola são: discussões com professores e colegas, recusa em trabalhar em grupo, não aceitar ordens, não fazer lição, lidar mal com críticas, desafiar a autoridade de professores e coordenadores, fazer tudo à sua maneira, perturbar os outros alunos e responsabilizar os outros por seu comportamento hostil. Ao perceber a presença recorrente desses sintomas, o melhor é a direção da escola conversar com os pais imediatamente.

Fonte: Revista CRESCER

domingo, 3 de novembro de 2013

Receita antimanha: 7 maneiras de evitar a birra

 
1. Sentimentos para fora
A primeira delas é auxiliar a criança a verbalizar o que ela está sentindo, como aconselha a psicanalista especializada em desenvolvimento infantil Christine Bruder, do berçário Primetime Child Development (SP): “Se a mãe explicar ao bebê que ele está chorando porque está com raiva ou frustrado, ele vai aprender a conhecer seus sentimentos”. E não ache que está falando em vão. Desde bem pequenas, as crianças entendem o que ouvem, nem que seja apenas pela entonação dos pais.
 
2. Muita calma nessa hora
O segundo passo é dar alternativas para que a criança se acalme. Aqui vale de tudo: um passeio no parque, fazer carinho no cachorro ou o bom e velho colo, desde que não seja isso que ele está pedindo. O importante é a mãe ajudar o filho a montar um repertório de soluções para manter a calma e não deixar que o nervosismo tome conta.
 
3. Diálogo sempre
A terceira tática é sempre conversar antes. Se você vai à casa de um amigo ou ao shopping e sabe que seu filho costuma dar show nessas ocasiões, explique tudo para ele antes. Diga o que vão fazer, aonde vão, que ele precisa ficar ao seu lado ou ajudar nas compras, por exemplo. Na primeira vez, pode não funcionar, e aí você deve lembrá-lo do que conversaram. Fazendo desse combinado uma rotina, nas próximas vezes é bem provável que dê certo.
 
4. Pequenas frustrações
A quarta dica diz respeito às regras. Uma boa forma de ensiná-las é, de acordo com Christine Bruder, introduzir pequenas frustrações para crianças em torno de 1 ano de idade, como, por exemplo, fazê-la esperar um pouco pela mamadeira, não dar colo sempre que solicitado ou, ainda, fazê-la aprender a esperar terminar uma conversa ao telefone para brincar com os pais. “Frustração faz parte da vida. Se os pais forem introduzindo isso de maneira singela, criam, a longo prazo, uma criança emocionalmente mais forte, que aprende a tolerar, respeitar, a ser mais confiante e mais segura”, explica a psicanalista. Seu filho não vai aprender em uma única vez – você vai precisar conversar, falar e ensinar de novo e de novo – e, claro, mesmo com todas essas técnicas, cada criança tem um tempo para amadurecer.
 
5. Birra na certa!
Sono, fome, cansaço... Todas essas palavras se encaixam no quinto passo. Isso porque esses sintomas normalmente são gatilhos para uma crise de birra. Se o seu filho costuma ficar mais manhoso nessas situações, tente preveni-las. Não marque uma ida ao mercado, banco, manicure ou à casa de uma amiga justamente nos horários em que a criança está acostumada a comer ou dormir. Mas, se não for possível e a birra acabar acontecendo, seja mais paciente e compreensivo, afinal, até nós, adultos, ficamos mal-humorados se estamos com fome ou sono, não é?
 
6. Mudança de foco
A sexta estratégia é para aquele momento imediatamente anterior ao provável chilique, quando você percebe que o perigo está se aproximando. Se vocês estão na loja de brinquedos e seu filho começa a insistir muito que quer um, por exemplo, a melhor coisa é desviar o foco antes que ele comece a bater o pé. Vale chamar a atenção para algo que esteja acontecendo em outro ambiente, oferecer algum alimento do qual ele goste ou até mesmo recorrer à história preferida dele.
 
7. Limite sempre
A sétima, e talvez mais importante missão dos pais na operação "antibirra", é o famoso LIMITE. Como escreve a psicóloga Tânia Zagury em seu livro Limite sem Trauma (Ed. Record), “a criança nasce sem qualquer noção de valores, sem saber o que é certo e errado. São os pais que devem paulatinamente mostrar aos filhos o que se pode ou não fazer em sociedade”. Por isso, especialistas concordam que, quando o seu filho dá um chilique daqueles que todo mundo se sente no direito de julgar, das duas, uma: ou os pais cedem com facilidade aos desejos da criança, ou eles ainda não explicaram claramente que a vida é feita de regras.

Claro que é muito mais fácil dizer “sim” do que “não”. É muito melhor você ter o rótulo de pai ou mãe mais legal do mundo do que ser chamado de chato. Até por isso, muitos de nós têm dificuldade de definir até onde o filho pode ir. E quando você não deixa claro desde cedo o que é certo e o que é errado, não dá para exigir que seu filho controle as emoções quando tiver um desejo negado – afinal, dificilmente ele entenderá o porquê da proibição.

Texto retirado da REVISTA CRESCER.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sete coisas que você pode fazer pelo cérebro do seu bebê



Você sabia que o cérebro, essa máquina tão complexa, é uma das primeiras coisas que se formam no bebê? Já na segunda semana de gravidez, quando ele mede apenas três milímetros, surge o tubo neural, estrutura embrionária que vai dar origem ao cérebro e à medula espinhal.
Na quinta semana, os hemisférios direito (responsável pelas funções espaciais e visuais) e esquerdo (responsável pela linguagem) já começam a ser formados. O ápice da produção de neurônios acontece na 10ª semana e, daí por diante, o bebê já reage a sons, mexe os bracinhos e começa a acumular uma série de experiências.
“Após o nascimento, o cérebro da criança continua a se desenvolver, atingindo o auge nos primeiros 3 anos. Até os 8 ou 9 anos existem algumas áreas que ainda não estão completamente formadas”, explica o neuropediatra Luiz Celso Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo.

Como a biologia manda, o cérebro do seu bebê vai crescer de qualquer jeito, mas nada impede que você dê uma forcinha para que ele se desenvolva de maneira mais completa. Nós elencamos sete dicas valiosas. Confira:


1. Companheiro de todas as grávidas: ácido fólico
Esse nutriente ajuda a formar o tubo neural da criança e é tão importante que os médicos a indicam mesmo antes da gravidez. A recomendação do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, mantida pela Agência Nacional de Saúde, é de que as grávidas precisam de 0,4 a 0,8 miligramas de ácido fólico por dia no período de três meses antes da concepção e três meses depois.

“Para se conseguir as doses diárias, a mulher precisa estar com o pré-natal em dia e seguir uma alimentação balanceada. O ácido fólico está presente em cereais integrais, vegetais e folhas verdes escuros, feijão e suco de laranja”, afirma a nutricionista Juliana Dragone (SP).


2.  Peixe amigo
Essa carne branca é rica em ômega-3, uma gordura importante para a formação da membrana externa das células cerebrais. Ela permite uma troca rápida e mais eficaz de ‘mensagens’ entre as células nervosas. Por isso, a grávida pode abusar de salmão, atum e sardinha. “Só é preciso evitar peixes com muita concentração de mercúrio, como cação e peixe-espada. Esse metal passa pela placenta e pode trazer danos neurológicos ao bebê”, explica Juliana.

 
3. Quanto mais interação melhor
Após o nascimento, a criança aproveita melhor o estímulo se houver interação com os pais, como explica o neuropediatra: “É importante a mãe conversar com a criança, falar devagar, usando expressão facial, sempre olhando nos olhos dela, falar o nome dela, o nome do pai. Mesmo que o bebê ainda não entenda o significado daquilo, conversar vai fazer com que o cérebro fique mais preparado para, aos poucos, ir entendendo melhor a linguagem.”


4. Carinho de mãe
Um estudo feito pelo Baylor College of Medicine, no Texas, nos Estados Unidos, mostrou que crianças que não são frequentemente tocadas ou acariciadas pelos pais têm áreas do cérebro menores em comparação as outras crianças da mesma idade. Por isso, o contato físico com o filho, além de ser uma demonstração de carinho, dá a ele uma vivência nova, que ele não pode experimentar quando estava dentro do útero da mãe. Um abraço ou uma massagem corporal ajuda a diminuir o estresse do bebê e aumenta os sentimentos de bem-estar e segurança emocional.


5.  Hora de brincar
E existe maneira mais gostosa de aprender do que brincando? É nessa experiência de descobrir objetos diferentes, coloridos, brilhantes com texturas e funções diferentes que a criança vai desenvolver melhor suas funções, como a visão e o tato, além de ativar regiões no cérebro que liberam noradrenalina, substância que ajuda no aprendizado. Mas o neuropediatra alerta: “O brinquedo é apenas um instrumento. Não adianta os pais deixarem a criança com um monte de objetos legais e ficarem falando ao celular, por exemplo. É importante haver uma interação, os pais precisam participar dessas brincadeiras, principalmente nos primeiros anos de vida do filho”.

 
6. Aguce a imaginação com a leitura
Ajudar seu bebê a desenvolver uma paixão precoce por livros é um bem que ele vai carregar para o resto da vida. Se a criança for muito pequena, escolha livros com imagens grandes e coloridas e leia muito para ela, variando o tom de voz conforme a história. Simplifique ou elabore mais do que a situação descrita e incentive a criança a participar de alguma forma. Especialistas afirmam que a construção da linguagem receptiva do bebê (compreensão das palavras faladas) é, num primeiro momento, mais importante do que o desenvolvimento de sua linguagem expressiva, ou seja, da fala.
 
7.  Música para despertar emoções
Esse tópico pode começar a ser trabalhado desde a gravidez, afinal, música tem o poder de despertar emoções, não é mesmo? E isso é extremamente estimulante para o cérebro, conforme explica o neurologista infantil Mauro Muszet, da Unifesp: “Quanto mais precoce os pais apresentarem a música como forma positiva, relaxante, maior é a tendência de a criança valer-se dela para desenvolver a linguagem e o aprendizado. Além disso, crianças com inclinação musical têm potencialmente maior possibilidade de lidar melhor com aspectos emocionais”.

Agora que você já leu todas as dicas, saiba que de nada elas adiantam se não houver dois ingredientes essenciais para qualquer tipo de desenvolvimento, seja ele biológico ou emocional, do seu filho: amor e muita dedicação. Você pode colocar uma ou duas dessas dicas em práticas, mas, se houver muito amor, o desenvolvimento - certamente - será pleno.

Texto retirado: REVISTA CRESCER

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mentira varia conforme idade da criança




“-John, o que você está comendo?
- Nada, mãe.
- Por que o saco de confete está vazio? Você comeu?
- Não, não comi nada.”

E John, de apenas três anos, teria se saído muito bem se não fosse seu rosto estar completamente sujo de confetes. O vídeo você já deve ter conferido no site da Crescer, ele ilustra bem o que toda mãe, mais cedo ou mais tarde, precisa enfrentar: a mentira.
Em uma enquete nas nossas redes sociais, 93% dos leitores revelaram que os filhos já inventaram alguma história, seja derivada de uma fantasia ou para escapar de um castigo. E antes de pensar em como agir, é importante saber que a mentira evoluí conforme a idade da criança. Confira as dicas de Bruno Jardini Mader, psicólogo infantil do Hospital Pequeno Príncipe, para lidar da melhor maneira com essa situação:

A partir dos 2 anos

A mentira começa junto com a possibilidade de organizar pensamentos, por isso, a partir do segundo ano de vida, a criança já usa a imaginação com esse fim, o que pode ser confundido com fantasia. “A mentira é denominada assim por adultos, mas crianças nessa idade usam a narrativa inventada muitas vezes sem saber que aquilo não corresponde à realidade. Se ela faz uma coisa errada e nega para os adultos, por exemplo, o que ela está falando é que queria que aquilo não tivesse acontecido. Não dá para chamar de mentira propriamente dita, porque dificilmente há juízo de valor”, explica o psicólogo.
Por isso, os pais podem se sentir desconfortáveis em chamar a atenção da criança. É compreensível, mas pouco eficiente.Ter uma postura omissa dificilmente vai ajudar a criança a entender que existem limites entre a realidade e a fantasia. Para driblar esse tipo de mentira e ajudar seu filho a compreendê-la, a dica do especialista é “trazer a situação para o concreto”. Se a criança quebrou um vaso e nega, por exemplo, os pais podem explicar que aquela peça tinha a função dela dentro do ambiente da casa e que agora que quebrou, as flores vão ficar sem lugar para ficar. Faça a criança entender as consequências de seus atos.

A partir dos 6 anos

Aqui a criança já tem o pensamento mais estruturado. É a idade em que começa a alfabetização, a compreensão de símbolos e códigos socialmente aceitáveis. Ela já começa a ter boa noção de certo e errado e, muitas vezes, recorre à mentira para escapar de uma punição que considera mais severa. É a fase em que ela também começa a desenvolver certa malandragem e malícia.
A dica aqui é perceber o contexto em que a criança mentiu. “Se os pais conseguem perceber mentiras constantes, medidas punitivas não são ruins, desde a criança entenda o porquê está sendo punida. A família pode mostrar que aquilo atinge a moral, explicar que esse tipo de comportamento pode trazer prejuízos para as pessoas, como deixá-las tristes, por exemplo”, diz Mader.
Outra dica é não deixar que a mentira se torne algo sem consequências, em que a criança faz, os pais chamam a atenção e tudo fica por isso mesmo. “Os pais precisam perceber que a honestidade é uma coisa a ser desenvolvida na criança e até mesmo nos próprios pais. Coisas erradas precisam ser lembradas e explicadas até que aquilo entre na cabeça das crianças”, explica o psicólogo.
Mas, na hora de chamar a atenção: cuidado. Se omissão diante da mentira é ruim, o autoritarismo puro também não contribui muito para a educação, uma vez que não exige uma auto-reflexão e pode, entre outras coisas, inibir a imaginação, que é sempre necessária para um desenvolvimento saudável do cérebro. Seja firme, mas demonstre empatia, mostre que compreende que seu filho não teve a intenção de fazer algo ruim e explique que às vezes nossas atitudes ser ruins para outras pessoas e que é por isso que devemos pensar antes de agir ou falar.

A partir dos 10 anos

Nessa fase as habilidades sociais das crianças estão mais avançadas. Aliado a isso, as relações com os amigos começam a mudar e a despertar interesses diferentes. Surgem as necessidades de sociabilidade, popularidade, autoafirmação. A combinação desses fatores resulta em ações da criança para conseguir o que quer, recorrendo muitas vezes, à mentira como um dos artifícios.
É nessa época, por exemplo, que seu filho pode mentir que vai dormir na casa de um amigo, quando, na verdade, vai a uma festa. Ou então, se envolve em brigas para se impor no grupo de amigos e, quando questionado, nega ou tenta encontrar outros culpados.
Por isso, Jardini explica que os pais precisam entender esse momento do filho antes de partir para os castigos e proibições como punição. “Dificilmente a criança age para magoar os pais, geralmente está mais ligada à pressões sociais. E é preciso que haja a autoafirmação da criança, isso também faz parte do desenvolvimento dela. Os pais precisam compreender que isso é importante. Chamar a atenção é fundamental, mas não sem antes compreender a gravidade da mentira, as motivações e o contexto que levou em àquela história inventada”.

Novamente vale o conselho da conversa, de trazer para o concreto e de lembrar a criança que há outras formas de se socializar sem precisar partir para a falsidade ou invenção. Mas, é claro, nada disso é válido na base do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Se os pais não valorizam ou praticam a sinceridade em casa, a criança passa a entender a mentira como algo natural. Por isso, lembre-se de sempre dar o exemplo. 

FONTE: Revista CRESCER