sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sete coisas que você pode fazer pelo cérebro do seu bebê



Você sabia que o cérebro, essa máquina tão complexa, é uma das primeiras coisas que se formam no bebê? Já na segunda semana de gravidez, quando ele mede apenas três milímetros, surge o tubo neural, estrutura embrionária que vai dar origem ao cérebro e à medula espinhal.
Na quinta semana, os hemisférios direito (responsável pelas funções espaciais e visuais) e esquerdo (responsável pela linguagem) já começam a ser formados. O ápice da produção de neurônios acontece na 10ª semana e, daí por diante, o bebê já reage a sons, mexe os bracinhos e começa a acumular uma série de experiências.
“Após o nascimento, o cérebro da criança continua a se desenvolver, atingindo o auge nos primeiros 3 anos. Até os 8 ou 9 anos existem algumas áreas que ainda não estão completamente formadas”, explica o neuropediatra Luiz Celso Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo.

Como a biologia manda, o cérebro do seu bebê vai crescer de qualquer jeito, mas nada impede que você dê uma forcinha para que ele se desenvolva de maneira mais completa. Nós elencamos sete dicas valiosas. Confira:


1. Companheiro de todas as grávidas: ácido fólico
Esse nutriente ajuda a formar o tubo neural da criança e é tão importante que os médicos a indicam mesmo antes da gravidez. A recomendação do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, mantida pela Agência Nacional de Saúde, é de que as grávidas precisam de 0,4 a 0,8 miligramas de ácido fólico por dia no período de três meses antes da concepção e três meses depois.

“Para se conseguir as doses diárias, a mulher precisa estar com o pré-natal em dia e seguir uma alimentação balanceada. O ácido fólico está presente em cereais integrais, vegetais e folhas verdes escuros, feijão e suco de laranja”, afirma a nutricionista Juliana Dragone (SP).


2.  Peixe amigo
Essa carne branca é rica em ômega-3, uma gordura importante para a formação da membrana externa das células cerebrais. Ela permite uma troca rápida e mais eficaz de ‘mensagens’ entre as células nervosas. Por isso, a grávida pode abusar de salmão, atum e sardinha. “Só é preciso evitar peixes com muita concentração de mercúrio, como cação e peixe-espada. Esse metal passa pela placenta e pode trazer danos neurológicos ao bebê”, explica Juliana.

 
3. Quanto mais interação melhor
Após o nascimento, a criança aproveita melhor o estímulo se houver interação com os pais, como explica o neuropediatra: “É importante a mãe conversar com a criança, falar devagar, usando expressão facial, sempre olhando nos olhos dela, falar o nome dela, o nome do pai. Mesmo que o bebê ainda não entenda o significado daquilo, conversar vai fazer com que o cérebro fique mais preparado para, aos poucos, ir entendendo melhor a linguagem.”


4. Carinho de mãe
Um estudo feito pelo Baylor College of Medicine, no Texas, nos Estados Unidos, mostrou que crianças que não são frequentemente tocadas ou acariciadas pelos pais têm áreas do cérebro menores em comparação as outras crianças da mesma idade. Por isso, o contato físico com o filho, além de ser uma demonstração de carinho, dá a ele uma vivência nova, que ele não pode experimentar quando estava dentro do útero da mãe. Um abraço ou uma massagem corporal ajuda a diminuir o estresse do bebê e aumenta os sentimentos de bem-estar e segurança emocional.


5.  Hora de brincar
E existe maneira mais gostosa de aprender do que brincando? É nessa experiência de descobrir objetos diferentes, coloridos, brilhantes com texturas e funções diferentes que a criança vai desenvolver melhor suas funções, como a visão e o tato, além de ativar regiões no cérebro que liberam noradrenalina, substância que ajuda no aprendizado. Mas o neuropediatra alerta: “O brinquedo é apenas um instrumento. Não adianta os pais deixarem a criança com um monte de objetos legais e ficarem falando ao celular, por exemplo. É importante haver uma interação, os pais precisam participar dessas brincadeiras, principalmente nos primeiros anos de vida do filho”.

 
6. Aguce a imaginação com a leitura
Ajudar seu bebê a desenvolver uma paixão precoce por livros é um bem que ele vai carregar para o resto da vida. Se a criança for muito pequena, escolha livros com imagens grandes e coloridas e leia muito para ela, variando o tom de voz conforme a história. Simplifique ou elabore mais do que a situação descrita e incentive a criança a participar de alguma forma. Especialistas afirmam que a construção da linguagem receptiva do bebê (compreensão das palavras faladas) é, num primeiro momento, mais importante do que o desenvolvimento de sua linguagem expressiva, ou seja, da fala.
 
7.  Música para despertar emoções
Esse tópico pode começar a ser trabalhado desde a gravidez, afinal, música tem o poder de despertar emoções, não é mesmo? E isso é extremamente estimulante para o cérebro, conforme explica o neurologista infantil Mauro Muszet, da Unifesp: “Quanto mais precoce os pais apresentarem a música como forma positiva, relaxante, maior é a tendência de a criança valer-se dela para desenvolver a linguagem e o aprendizado. Além disso, crianças com inclinação musical têm potencialmente maior possibilidade de lidar melhor com aspectos emocionais”.

Agora que você já leu todas as dicas, saiba que de nada elas adiantam se não houver dois ingredientes essenciais para qualquer tipo de desenvolvimento, seja ele biológico ou emocional, do seu filho: amor e muita dedicação. Você pode colocar uma ou duas dessas dicas em práticas, mas, se houver muito amor, o desenvolvimento - certamente - será pleno.

Texto retirado: REVISTA CRESCER