domingo, 3 de novembro de 2013

Receita antimanha: 7 maneiras de evitar a birra

 
1. Sentimentos para fora
A primeira delas é auxiliar a criança a verbalizar o que ela está sentindo, como aconselha a psicanalista especializada em desenvolvimento infantil Christine Bruder, do berçário Primetime Child Development (SP): “Se a mãe explicar ao bebê que ele está chorando porque está com raiva ou frustrado, ele vai aprender a conhecer seus sentimentos”. E não ache que está falando em vão. Desde bem pequenas, as crianças entendem o que ouvem, nem que seja apenas pela entonação dos pais.
 
2. Muita calma nessa hora
O segundo passo é dar alternativas para que a criança se acalme. Aqui vale de tudo: um passeio no parque, fazer carinho no cachorro ou o bom e velho colo, desde que não seja isso que ele está pedindo. O importante é a mãe ajudar o filho a montar um repertório de soluções para manter a calma e não deixar que o nervosismo tome conta.
 
3. Diálogo sempre
A terceira tática é sempre conversar antes. Se você vai à casa de um amigo ou ao shopping e sabe que seu filho costuma dar show nessas ocasiões, explique tudo para ele antes. Diga o que vão fazer, aonde vão, que ele precisa ficar ao seu lado ou ajudar nas compras, por exemplo. Na primeira vez, pode não funcionar, e aí você deve lembrá-lo do que conversaram. Fazendo desse combinado uma rotina, nas próximas vezes é bem provável que dê certo.
 
4. Pequenas frustrações
A quarta dica diz respeito às regras. Uma boa forma de ensiná-las é, de acordo com Christine Bruder, introduzir pequenas frustrações para crianças em torno de 1 ano de idade, como, por exemplo, fazê-la esperar um pouco pela mamadeira, não dar colo sempre que solicitado ou, ainda, fazê-la aprender a esperar terminar uma conversa ao telefone para brincar com os pais. “Frustração faz parte da vida. Se os pais forem introduzindo isso de maneira singela, criam, a longo prazo, uma criança emocionalmente mais forte, que aprende a tolerar, respeitar, a ser mais confiante e mais segura”, explica a psicanalista. Seu filho não vai aprender em uma única vez – você vai precisar conversar, falar e ensinar de novo e de novo – e, claro, mesmo com todas essas técnicas, cada criança tem um tempo para amadurecer.
 
5. Birra na certa!
Sono, fome, cansaço... Todas essas palavras se encaixam no quinto passo. Isso porque esses sintomas normalmente são gatilhos para uma crise de birra. Se o seu filho costuma ficar mais manhoso nessas situações, tente preveni-las. Não marque uma ida ao mercado, banco, manicure ou à casa de uma amiga justamente nos horários em que a criança está acostumada a comer ou dormir. Mas, se não for possível e a birra acabar acontecendo, seja mais paciente e compreensivo, afinal, até nós, adultos, ficamos mal-humorados se estamos com fome ou sono, não é?
 
6. Mudança de foco
A sexta estratégia é para aquele momento imediatamente anterior ao provável chilique, quando você percebe que o perigo está se aproximando. Se vocês estão na loja de brinquedos e seu filho começa a insistir muito que quer um, por exemplo, a melhor coisa é desviar o foco antes que ele comece a bater o pé. Vale chamar a atenção para algo que esteja acontecendo em outro ambiente, oferecer algum alimento do qual ele goste ou até mesmo recorrer à história preferida dele.
 
7. Limite sempre
A sétima, e talvez mais importante missão dos pais na operação "antibirra", é o famoso LIMITE. Como escreve a psicóloga Tânia Zagury em seu livro Limite sem Trauma (Ed. Record), “a criança nasce sem qualquer noção de valores, sem saber o que é certo e errado. São os pais que devem paulatinamente mostrar aos filhos o que se pode ou não fazer em sociedade”. Por isso, especialistas concordam que, quando o seu filho dá um chilique daqueles que todo mundo se sente no direito de julgar, das duas, uma: ou os pais cedem com facilidade aos desejos da criança, ou eles ainda não explicaram claramente que a vida é feita de regras.

Claro que é muito mais fácil dizer “sim” do que “não”. É muito melhor você ter o rótulo de pai ou mãe mais legal do mundo do que ser chamado de chato. Até por isso, muitos de nós têm dificuldade de definir até onde o filho pode ir. E quando você não deixa claro desde cedo o que é certo e o que é errado, não dá para exigir que seu filho controle as emoções quando tiver um desejo negado – afinal, dificilmente ele entenderá o porquê da proibição.

Texto retirado da REVISTA CRESCER.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sete coisas que você pode fazer pelo cérebro do seu bebê



Você sabia que o cérebro, essa máquina tão complexa, é uma das primeiras coisas que se formam no bebê? Já na segunda semana de gravidez, quando ele mede apenas três milímetros, surge o tubo neural, estrutura embrionária que vai dar origem ao cérebro e à medula espinhal.
Na quinta semana, os hemisférios direito (responsável pelas funções espaciais e visuais) e esquerdo (responsável pela linguagem) já começam a ser formados. O ápice da produção de neurônios acontece na 10ª semana e, daí por diante, o bebê já reage a sons, mexe os bracinhos e começa a acumular uma série de experiências.
“Após o nascimento, o cérebro da criança continua a se desenvolver, atingindo o auge nos primeiros 3 anos. Até os 8 ou 9 anos existem algumas áreas que ainda não estão completamente formadas”, explica o neuropediatra Luiz Celso Vilanova, da Universidade Federal de São Paulo.

Como a biologia manda, o cérebro do seu bebê vai crescer de qualquer jeito, mas nada impede que você dê uma forcinha para que ele se desenvolva de maneira mais completa. Nós elencamos sete dicas valiosas. Confira:


1. Companheiro de todas as grávidas: ácido fólico
Esse nutriente ajuda a formar o tubo neural da criança e é tão importante que os médicos a indicam mesmo antes da gravidez. A recomendação do Departamento de Saúde dos Estados Unidos, mantida pela Agência Nacional de Saúde, é de que as grávidas precisam de 0,4 a 0,8 miligramas de ácido fólico por dia no período de três meses antes da concepção e três meses depois.

“Para se conseguir as doses diárias, a mulher precisa estar com o pré-natal em dia e seguir uma alimentação balanceada. O ácido fólico está presente em cereais integrais, vegetais e folhas verdes escuros, feijão e suco de laranja”, afirma a nutricionista Juliana Dragone (SP).


2.  Peixe amigo
Essa carne branca é rica em ômega-3, uma gordura importante para a formação da membrana externa das células cerebrais. Ela permite uma troca rápida e mais eficaz de ‘mensagens’ entre as células nervosas. Por isso, a grávida pode abusar de salmão, atum e sardinha. “Só é preciso evitar peixes com muita concentração de mercúrio, como cação e peixe-espada. Esse metal passa pela placenta e pode trazer danos neurológicos ao bebê”, explica Juliana.

 
3. Quanto mais interação melhor
Após o nascimento, a criança aproveita melhor o estímulo se houver interação com os pais, como explica o neuropediatra: “É importante a mãe conversar com a criança, falar devagar, usando expressão facial, sempre olhando nos olhos dela, falar o nome dela, o nome do pai. Mesmo que o bebê ainda não entenda o significado daquilo, conversar vai fazer com que o cérebro fique mais preparado para, aos poucos, ir entendendo melhor a linguagem.”


4. Carinho de mãe
Um estudo feito pelo Baylor College of Medicine, no Texas, nos Estados Unidos, mostrou que crianças que não são frequentemente tocadas ou acariciadas pelos pais têm áreas do cérebro menores em comparação as outras crianças da mesma idade. Por isso, o contato físico com o filho, além de ser uma demonstração de carinho, dá a ele uma vivência nova, que ele não pode experimentar quando estava dentro do útero da mãe. Um abraço ou uma massagem corporal ajuda a diminuir o estresse do bebê e aumenta os sentimentos de bem-estar e segurança emocional.


5.  Hora de brincar
E existe maneira mais gostosa de aprender do que brincando? É nessa experiência de descobrir objetos diferentes, coloridos, brilhantes com texturas e funções diferentes que a criança vai desenvolver melhor suas funções, como a visão e o tato, além de ativar regiões no cérebro que liberam noradrenalina, substância que ajuda no aprendizado. Mas o neuropediatra alerta: “O brinquedo é apenas um instrumento. Não adianta os pais deixarem a criança com um monte de objetos legais e ficarem falando ao celular, por exemplo. É importante haver uma interação, os pais precisam participar dessas brincadeiras, principalmente nos primeiros anos de vida do filho”.

 
6. Aguce a imaginação com a leitura
Ajudar seu bebê a desenvolver uma paixão precoce por livros é um bem que ele vai carregar para o resto da vida. Se a criança for muito pequena, escolha livros com imagens grandes e coloridas e leia muito para ela, variando o tom de voz conforme a história. Simplifique ou elabore mais do que a situação descrita e incentive a criança a participar de alguma forma. Especialistas afirmam que a construção da linguagem receptiva do bebê (compreensão das palavras faladas) é, num primeiro momento, mais importante do que o desenvolvimento de sua linguagem expressiva, ou seja, da fala.
 
7.  Música para despertar emoções
Esse tópico pode começar a ser trabalhado desde a gravidez, afinal, música tem o poder de despertar emoções, não é mesmo? E isso é extremamente estimulante para o cérebro, conforme explica o neurologista infantil Mauro Muszet, da Unifesp: “Quanto mais precoce os pais apresentarem a música como forma positiva, relaxante, maior é a tendência de a criança valer-se dela para desenvolver a linguagem e o aprendizado. Além disso, crianças com inclinação musical têm potencialmente maior possibilidade de lidar melhor com aspectos emocionais”.

Agora que você já leu todas as dicas, saiba que de nada elas adiantam se não houver dois ingredientes essenciais para qualquer tipo de desenvolvimento, seja ele biológico ou emocional, do seu filho: amor e muita dedicação. Você pode colocar uma ou duas dessas dicas em práticas, mas, se houver muito amor, o desenvolvimento - certamente - será pleno.

Texto retirado: REVISTA CRESCER

terça-feira, 23 de abril de 2013

Mentira varia conforme idade da criança




“-John, o que você está comendo?
- Nada, mãe.
- Por que o saco de confete está vazio? Você comeu?
- Não, não comi nada.”

E John, de apenas três anos, teria se saído muito bem se não fosse seu rosto estar completamente sujo de confetes. O vídeo você já deve ter conferido no site da Crescer, ele ilustra bem o que toda mãe, mais cedo ou mais tarde, precisa enfrentar: a mentira.
Em uma enquete nas nossas redes sociais, 93% dos leitores revelaram que os filhos já inventaram alguma história, seja derivada de uma fantasia ou para escapar de um castigo. E antes de pensar em como agir, é importante saber que a mentira evoluí conforme a idade da criança. Confira as dicas de Bruno Jardini Mader, psicólogo infantil do Hospital Pequeno Príncipe, para lidar da melhor maneira com essa situação:

A partir dos 2 anos

A mentira começa junto com a possibilidade de organizar pensamentos, por isso, a partir do segundo ano de vida, a criança já usa a imaginação com esse fim, o que pode ser confundido com fantasia. “A mentira é denominada assim por adultos, mas crianças nessa idade usam a narrativa inventada muitas vezes sem saber que aquilo não corresponde à realidade. Se ela faz uma coisa errada e nega para os adultos, por exemplo, o que ela está falando é que queria que aquilo não tivesse acontecido. Não dá para chamar de mentira propriamente dita, porque dificilmente há juízo de valor”, explica o psicólogo.
Por isso, os pais podem se sentir desconfortáveis em chamar a atenção da criança. É compreensível, mas pouco eficiente.Ter uma postura omissa dificilmente vai ajudar a criança a entender que existem limites entre a realidade e a fantasia. Para driblar esse tipo de mentira e ajudar seu filho a compreendê-la, a dica do especialista é “trazer a situação para o concreto”. Se a criança quebrou um vaso e nega, por exemplo, os pais podem explicar que aquela peça tinha a função dela dentro do ambiente da casa e que agora que quebrou, as flores vão ficar sem lugar para ficar. Faça a criança entender as consequências de seus atos.

A partir dos 6 anos

Aqui a criança já tem o pensamento mais estruturado. É a idade em que começa a alfabetização, a compreensão de símbolos e códigos socialmente aceitáveis. Ela já começa a ter boa noção de certo e errado e, muitas vezes, recorre à mentira para escapar de uma punição que considera mais severa. É a fase em que ela também começa a desenvolver certa malandragem e malícia.
A dica aqui é perceber o contexto em que a criança mentiu. “Se os pais conseguem perceber mentiras constantes, medidas punitivas não são ruins, desde a criança entenda o porquê está sendo punida. A família pode mostrar que aquilo atinge a moral, explicar que esse tipo de comportamento pode trazer prejuízos para as pessoas, como deixá-las tristes, por exemplo”, diz Mader.
Outra dica é não deixar que a mentira se torne algo sem consequências, em que a criança faz, os pais chamam a atenção e tudo fica por isso mesmo. “Os pais precisam perceber que a honestidade é uma coisa a ser desenvolvida na criança e até mesmo nos próprios pais. Coisas erradas precisam ser lembradas e explicadas até que aquilo entre na cabeça das crianças”, explica o psicólogo.
Mas, na hora de chamar a atenção: cuidado. Se omissão diante da mentira é ruim, o autoritarismo puro também não contribui muito para a educação, uma vez que não exige uma auto-reflexão e pode, entre outras coisas, inibir a imaginação, que é sempre necessária para um desenvolvimento saudável do cérebro. Seja firme, mas demonstre empatia, mostre que compreende que seu filho não teve a intenção de fazer algo ruim e explique que às vezes nossas atitudes ser ruins para outras pessoas e que é por isso que devemos pensar antes de agir ou falar.

A partir dos 10 anos

Nessa fase as habilidades sociais das crianças estão mais avançadas. Aliado a isso, as relações com os amigos começam a mudar e a despertar interesses diferentes. Surgem as necessidades de sociabilidade, popularidade, autoafirmação. A combinação desses fatores resulta em ações da criança para conseguir o que quer, recorrendo muitas vezes, à mentira como um dos artifícios.
É nessa época, por exemplo, que seu filho pode mentir que vai dormir na casa de um amigo, quando, na verdade, vai a uma festa. Ou então, se envolve em brigas para se impor no grupo de amigos e, quando questionado, nega ou tenta encontrar outros culpados.
Por isso, Jardini explica que os pais precisam entender esse momento do filho antes de partir para os castigos e proibições como punição. “Dificilmente a criança age para magoar os pais, geralmente está mais ligada à pressões sociais. E é preciso que haja a autoafirmação da criança, isso também faz parte do desenvolvimento dela. Os pais precisam compreender que isso é importante. Chamar a atenção é fundamental, mas não sem antes compreender a gravidade da mentira, as motivações e o contexto que levou em àquela história inventada”.

Novamente vale o conselho da conversa, de trazer para o concreto e de lembrar a criança que há outras formas de se socializar sem precisar partir para a falsidade ou invenção. Mas, é claro, nada disso é válido na base do “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Se os pais não valorizam ou praticam a sinceridade em casa, a criança passa a entender a mentira como algo natural. Por isso, lembre-se de sempre dar o exemplo. 

FONTE: Revista CRESCER

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

5 maneiras de tornar a TV uma aliada na educação do seu filho


Quando você olha seu filho assistindo à televisão, fica totalmente tranquilo ou com receio de que aquele hábito pode não ser tão bom para ele? Segundo o professor Cláudio Márcio Magalhães, autor do livro Os Programas Infantis da TV (Editora Autêntica), as duas alternativas são válidas. “Como qualquer outro instrumento tecnológico, a televisão pode ser boa e pode ser má. Ela tem um grande potencial para facilitar a vida das pessoas, mas precisa ser compreendida corretamente. É preciso saber todos seus limites para usá-la de maneira eficiente”, diz.


Uma pesquisa feita pela Universidade de Rochester, em Nova York, nos Estados Unidos, mostrou que a TV tem influência no desenvolvimento intelectual dos seres humanos. Para o bem e para o mal. Para chegar a essa conclusão, os cientistas da instituição estudaram cérebros de 27 crianças (entre 4 e 11 anos) e 20 adultos enquanto eles assistiam ao programa Vila Sésamo, tirando imagens dos caminhos percorridos pelos neurônios de cada um deles com o passar das cenas.

Com isso, eles perceberam que o cérebro responde àqueles estímulos vindos da televisão, podendo se desenvolver, nesses momentos, em diferentes áreas (o que varia conforme o assunto abordado no programa assistido). Essa comprovação, de acordo com eles, pode levar a uma nova compreensão do desenvolvimento do cérebro e até mesmo à criação de novas terapias para dificuldades de aprendizagem.

Em seguida, os pesquisadores realizaram ainda testes de QI voltados à matemática e à linguagem em todos os participantes. Resultado: as crianças que atingiram as maiores notas foram aquelas que tinham os mapeamentos cerebrais mais parecidos com os dos adultos. Em outras palavras, é possível afirmar que a estrutura neural do cérebro, como outras partes do corpo, se desenvolve à medida que amadurecemos e oferecer estímulos para esse desenvolvimento, assim como você conversa com seu bebê para que ele fale, por exemplo, é fundamental.

“Embora o estudo não tenha sido feito para defender a televisão, ele mostrou que padrões neurais formados durante uma atividade cotidiana - no caso, assistir à TV - estão relacionados, sim, com a maturidade intelectual”, afirma, em nota, Jessica Cantlon, uma das autoras da pesquisa.
 
 
Benefícios

Quando assiste a um programa televisivo, seja ele qual for, seu filho recebe uma grande quantidade de informações que o faz ter contato, a cada momento, com formatos, cores, movimentos, espaços e situações que até então ele desconhecia. Para Cláudio, este é um dos principais pontos positivos da TV.

Outro benefício é a complementação de outras atividades, inclusive as escolares. “Vamos supor que, na escola, uma criança acabou de aprender a noção de números. Quando ela ligar a televisão e o personagem de um desenho disser que 2 mais 2 são 4, ela juntará o que recebeu do mundo real ao que viu nesse mundo imaginário, confirmando e reforçando essa informação”, diz o especialista.

Ainda segundo ele, o mesmo princípio funciona para a vida familiar. Seu filho, quando assiste a um programa que reflete valores como moral e ética, se lembra dos ensinamentos que você costuma fazer em sua casa, o que reforça também as ideias de certo e errado em sua cabeça.
 
 
Dicas e cuidados

Mesmo sabendo que a televisão pode ser benéfica, você não pode deixar de tomar uma série de cuidados em casa. Ligar o aparelho em qualquer canal e deixar a criança por horas sozinha na frente dele pode prejudicá-la. Veja abaixo algumas dicas:

- Sente-se ao lado de seu filho para assistir televisão. Você vai notar que vai ser muito mais gostoso tanto para ele quanto para você. E, dessa forma, você pode usar o exemplo do programa mais tarde em alguma situação com seu filho.

- Não o deixe ficar mais de duas horas em frente à TV. Essa é a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria para as telas, o que inclui tablets, computadores, smartphones e videogames.

- Selecione a programação e determine o que seu filho pode e o que não pode assistir. Para isso, leve em conta o conteúdo do programa – que deve ser voltado ao público infantil – e a faixa etária a que ele é direcionado.

- Se ele reclamar dessa seleção, ensine que classificações etárias devem ser seguidas por todos. Ele não pode assistir a uma novela com cenas de violência, assim como você não pode entrar em um brinquedo de um parquinho infantil, por exemplo. Sabendo que as normas existem também para os adultos, ele terá mais facilidade para respeitá-las.

- Aposte na variedade. Seu filho provavelmente já tem seus programas de TV preferidos, mas tente fazer com que ele procure sempre novas opções. Só não se esqueça que, além de educativa, a prática de assistir televisão deve ser prazerosa, então não tente forçá-lo a ver nada que ele não goste.
 
 
Desenhos educativos x comerciais

Uma das dúvidas mais frequentes dos pais em relação à TV diz respeito à presença de temas “politicamente incorretos” em grande parte dos desenhos comerciais. Aqueles que mostram personagens tirando sarro e pregando pegadinhas, (como Bob Esponja, Pica-Pau, e Tom e Jerry, por exemplo) às vezes, são vistos com maus olhos pelos adultos, que temem que seus filhos aprendam valores invertidos. E, por isso, muitos optam pelos desenhos educativos. Mas qual é a diferença entre eles, afinal?

“Existem os desenhos produzidos por uma equipe que quer apenas que o programa seja aceito pelas crianças, que elas se divirtam. Para isso, usa muitas referências infantis, explora o non-sense, utiliza gírias – tudo para que aconteça uma identificação rápida. No educativo, a equipe também se preocupa com o desenvolvimento biológico, educacional e cultural da criança que é seu público-alvo. Tudo é pensado para aprimorar o processo educacional dela”, diferencia Cláudio. Independentemente de qual tipo for, um bom desenho é aquele que segue um bom roteiro, tem cenas e frases que não julgam a criança como “bobinha”, e apostam na qualidade estética e tem a criatividade como foco principal.

O ideal, segundo Cláudio, não é excluir, mas sim mesclar a programação. Para saber se você deve ou não permitir que seu filho assista a determinado desenho, faça uma auto-avaliação. Lembre-se do que você gostava de assistir quando era criança e pense se aquilo fez com que você se tornasse menos tolerante ou mais violento. Se a resposta for não, vá em frente e deixe seu filho se divertir. Se for ao seu lado, melhor ainda!

* Texto retirado da Revista: CRESCER - Janeiro / 2013